Friday, February 02, 2007

Leitura dinâmica

É bom estar de volta. É bom ter reencontrado meus grandes amigos, de tão belas experiências, de horas a fio de uma parceria quase etérea. Ler é ótimo. Livros, gibis, rótulos de shampoo são uma ótima companhia: dá pra jogar na roleta com o Ivánovitch, fazer uma viagem de trem com Bernard e ter a consciência de que a vida não será a mesma depois daquele momento, apanhar com o Cebolinha e aprender que, “para maior eficicácia, repita a operação”... a gente passeia pelas Cidades Invisíveis da imaginação e esquece-se de tudo, chegando ao cúmulo (!) de descobrir-se outra pessoa.

Ler me dá vontade de escrever. Como o Sartre [mas sem querer equiparar-me a ele], pra juntar as palavras eu também começo lendo, para só depois escrever. É bom voltar a gastar o dinheiro que eu não tenho em livros, ao invés de beber ou comer ou dançar todo ele. Abrir um livro novinho, sentir o seu cheiro e perceber-se preenchido por interrogações. Aí a gente caminha pelas páginas, participa da trama e... acaba. Aí vem aquela sensação de vazio. Helena, você tinha que morrer de vergonha?