Tuesday, September 18, 2007

Paradoxo.

Programo meu despertador para três horários diferentes, todos os dias, tamanha minha dificuldade em levantar da cama. Por maior que sempre tenha sido meu amor pela manhã, nunca consegui lidar bem com ela. Talvez porque minha sintonia com a noite - que não me permite dormir - e minha ansiedade - que não me permite cultivar a realização futura, por mais que ela prometa ser maior - não me permitam viver a manhã.

Este é o primeiro paradoxo com que tenho que lidar todos os dias. Vejo os pequenos paradoxos como negativos de uma realidade. Como num negativo fotográfico, em que os pontos mais luminosos serão os mais escuros na imagem de fato. Quando me deparo com meus negativos mundanos, vejo-os como a mim mesmo, preso num espelho, encarando-me de volta ou focalizado no mesmo ponto. É assustador o impacto desses personagens sobre mim; invade-me a alma uma vontade de desprender-me de objetivos e anseios vitais para peitar uma briga de forças contra o universo. É a moral do "aqui-se-faz-aqui-se-paga" que vem e assopra minha nuca, abre meus poros e faz-me sentir possuído e ameaçado.

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