Sunday, July 02, 2006

As Palavras

To wait.
To be waiting.
To have waited.
To have been waiting.
To be a waiter.

Palavras. Com elas brinco, com elas converso, sobre elas penso e por elas espero. Como, cheiro, processo, vomito e regurgito palavras. Conjugo a maioria dos verbos na primeira pessoa [do singular ou do plural, não importa] e não me considero atrevido nem egocêntrico por isso. Minha questão, na verdade, não é esta. Meu problema – e o que faz de mim problemático – é a espera. Não pelas palavras, nem pelos verbos, porque estes estão sempre em mim [e não, eu não estou querendo colocar-me na posição de alguém que pensa saber tudo], mas por que eles criem vida própria e manifestem-se por si só. Este é o maior problema.

A idéia de servir-lhes minhas palavras, meu dizeres, vem cozinhando em minha cabeça já há algum tempo, e muitas outras construções vieram-me ao pensamento até que eu resolvesse sentar e colocá-los em prática. E quase todos eles vieram e se foram, e eu nada fiz. Porque estava à espera...

Mas não importa. Passado é passado, o presente não existe [enquanto tempo palpável] e do futuro nada sabemos [e pouco prevemos, porque pouco pensamos nele]. E agora que consegui sair de mim mesmo e escrever, declaro abertas, então, minhas opiniões, meus pensamentos, minhas revoltas... meus muros de palavras, a Torre de Babel.

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